Essa criança, que vive na rua, comprova
O quanto esse mundo é pequeno,
Menor até que a pálida lua nova,
Porém, gigante em desigualdade.
O choro do menino insiste em lamentar
A pedir o que de direito lhe foi negado.
Para ele, amanhã é mais um dia
Como aqueles tantos outros passados
De pés descalços pelas ruas
No ensinamento do seu mundo camuflado.
Essa criança caminha e caminha,
Não os passos da falsa dignidade,
Mas sim a temerosos largos passos,
Rumo às fronteiras do seu exílio,
Com medo, sem medo talvez,
Mas sem certezas, é certo,
Como as de quem lhe determinam
As incertezas do seu destino.
Manaus, 2005
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