Milagre

"Olhar a orquídea é ter tempo para a vida, e reconhecer nela o milagre que nos permite caminhar todos os dias", Quaresma..

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um pequeno feudo separatista: a Manaus do Centro e a Manaus da Periferia



Infelizmente começo a descobrir com essa minha ingenuidade que vivo num pequeno feudo a beira de uma crise social. Um lugar onde muitos dos seus habitantes mais inteligentes, mais espertos e mais bem de vida pregam de forma veemente (ou sem noção) um separatismo baré preconceituoso. Lamento por todos vocês que pensam dessa forma.
       Quando alguém fala "Poxa, eu ia... Ia" para o Festival Até o  Tucupi, agradeço pela sua desistência. Não sentirei falta de você mesmo. Aliás, nem a grande massa de várias tribos que irá prestigiar o festival sentirá falta.
       Quando a outra questiona sobre o transporte, e que somente "o pessoal do Jorge Teixeira terá acesso", digo: sinto muito pela sua hipocrisia. E se fosse no Centro? O pessoal do JT poderia também dizer que “só o pessoal do Centro teria acesso?”.
       Não vejo nenhum playboy e nenhuma burguesinha reclamar de um luau lá pelas bandas do Tarumã, no meio do mato. Mas, a senhora deve ser uma daquelas que abre a boca para criticar o poder público por conta da falta de políticas públicas para quem não tem acesso a elas. E se não é, sinto muito por você. É baixa mesmo.
       E sinto mais porque sua palavra não vai mudar em nada o que de bom está sendo feito por esses jovens articulados do Coletivo Difusão. Penso até que você passa bem longe de uma turma boa da classe média e média alta que não tem esse pensamento pequeno, uma vez que se sente bem em difundir a cultura, e por isso acharam massa o fato de o Até o Tucupi ir um pouco mais longe do seu nascedouro.
       E a você Thi Armstrong, só Jesus na tua vida rapaz. Se não prezas por onde vives é por que não fazes por onde o seu lar ser melhor. Quanto o seu pedido de desculpas, falo peço licença a organização do festival e te perdoo.. A todos vocês, perdão pelo meu português..

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Aos amigos poetas um pouco mais de vida e poesia

Hoje, no Dia Nacional do POETA.. ofereceço nesta manhã aos amigos algum poema meu, por um tempo mais agradável, sem os destemperos do coração...



Lição de vida

A vida corre uma estrada
Com fins determinados
Pelas áureas leis celestiais


Fazeis por onde companheiro
Que a sua parada não se adiante
Nas grandes cidades dos anjos


A dos cantadores do aleluia
Rumo ao paraíso prometido,
Nem na vila dos anjos das pragas.


Viveis esta vida de esperanças,
Compreenda a tua livre beleza
E beba da pura água da justiça


Temas as tormentas das chuvas
Mas sintas o Deus milagroso
Que nela está abundantemente


Abra teus braços de infância pura
Abrace a ventania durante a andança
E apanhe o sol por detrás das nuvens


Ande descalço na terra fria da manhã,
Deita-te na grama orvalhada
E absorva a energia do mundo


Quando vires teu amor passar
Aproxima-te dele docemente
E compartilhe teu sentimento


Mais tarde verás novas vidas
Que tu deixarás viver e crescer
E sentirás um novo gosto de pelejar


Acordas sorrindo para o amanhecer
E caminha e caminha até o crepúsculo.
Na noite, ao deitar, agradeça pela vida.


E assim companheiro das letras,
Construindo cada dia de luta,
Saberás o quão é preciosa essa vida.


Noutros tempos, numa outra estação,
Encontrarás teu portal de flores,
A coroação pelo teu merecido viver.


Nada poderás ser tão grande
Que comprometa tuas metas
De bem querer a teu jardim


Pois será dele então majestoso
Que colheras tuas belas rosas
E brincará com os girassóis.


Verás, entretanto, caro amigo
Que esse caminho de flores
Há espinhos para a tua experiência.


(Emerson Quaresma)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A nós jornalistas, diariamente agredidos, mas que não desistimos da profissão

Bom Dia aos amigos JORNALISTAS que sofrem diariamente com os OSSOS DO OFICIO. Um profissional que tem que encarar o sol, a chuva, um mormaço medonho, sempre que solicitado pela pauta do chefe. Uma turma que tem que encarar os riscos das matérias nas invasões de terras, das mudanças do clima, os das rondas policiais, e aquelas pautas do enfrentamento com políticos donos das verdades (deles), ignorantes, arrogantes, pedantes e mal educados.
       Falo isso depois de ler a matéria do colega de profissão Antônio Paulo (da sucursal de A Crítica em Brasília) sobre o relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), de 2010, sobre a VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS. As agressões físicas e verbais encabeçam o ranking brasileiro. No Amazonas não há, segundo o relatório, registro de nenhuma agressão sofrida pelos profissionais da imprensa amazonense. O que não quer dizer que não tenha ocorrido.
       Me entristece muito saber desse resultado, e que pouco é feito para evitar os danos físicos e psicológicos a nós jornalistas. Volto ao ano 2006, quando estava no front de batalha (a analogia de guerra é usada, até porque havia uma guerra fria entre a instituição pública maior do Estado, contra a iniciativa privada). Lembro que eu, ainda ganhando experiência na carreira, fui várias vezes agredido por políticos que estavam nos seus cargos de 'deuses', e que hoje estão resumidos a arcanjos, quase anjos rebelados.
       Por várias vezes fui questionado, depois de algumas perguntas minhas, sobre de onde eu era, para quem trabalhava. E ainda assistia o meu crachá subir até próximo aos olhos do agressor, levado pelos suas próprias mãos, nada amigas. Fato que depois se repetiu com os colegas Leandro Prazeres e Yusseff Abrahim. Nada como na época do regime militar. Mas, próximo, muito próximo dele aquele tipo de atitude invasiva.
       Outros tantos fatos de agressões a jornalistas no exercício da profissão não devem cair no esquecimento, como o que foi lembrado pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, César Wanderley, na mesma matéria de A Crítica, de hoje, quando a colega Vanessa Brito sofreu tentativa de intimidação do ex-presidente do extinto Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT). Outro que não esqueço, foi o ocorrido com a repórter fotográfica Maíra Coelho, que levou um chute de um empresário da aviação local, quando esse era conduzido algemado pela Polícia Federal por corrupção.
       Essas foram apenas algumas situações que ganharam um tanto de holofote entre nós, colegas de profissão, fora as que ocorrem diariamente, mas ficam guardadas na vida de grandes jornalistas como Joana Queiroz, nas suas rondas policiais e nos grandes casos já reportados por ela e por outros jornalistas desse tipo de caderno. Outra situação, que não podemos deixar de lembrar é com relação aos colegas repórteres fotográficos, que no exercício da profissão quase perdem seus equipamentos, tem suas lentes manchadas pelo bafo dos inescrupulosos, ou são intimidados (principalmente por agentes da segurança pública, fortemente armados) a apagarem alguns flagrantes de interesse social dos seus cartões de memórias.
       O papel de jornal desgasta, se desfaz; as imagens filmadas e as fotografadas um dia perdem a qualidade; os textos são arquivados e assim como as imagens são sucumbidas por outras tantas que são produzidas diariamente por nós. Mas, como jornalista, que quis exercer a profissão já adolescente (depois de desistir do sonho da carreira militar), penso que o que não podemos deixar desgastar é o nosso papel perante a sociedade. Aquele que sonhamos ao entrar na faculdade e esquecemos quando começam as aulas maçantes de sociologia, filosofia, ética, estatística; e mais ainda quando conhecemos o mercado por dentro: o de buscar a verdade (nem sempre absoluta) e difundir a melhor informação.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Uma fala ao companheiro Twitter...


Tanto tempo longe de você. Quero ao menos lhe falar. A distância não vai impedir. Minha Time Line de lhe encontrar. É com esse trecho da música de Roberto Carlos que abro esse texto para conversar com o twitter.
       Já não és mais quem conheci noutros tempos mais jovem, e livre para as tuas UTOPIAS tantas...
      Tens perdido a força que derrubava as muralhas das ditaduras.. Estás com a cara nova. Contudo, mais cansada..
     Tens perdido muito com o muito que reúnes. Teu poder de de sedução já não é mais o mesmo de outrora..
      Paradoxo deve ser teu sobrenome neste teu momento de descrédito íntimo entre os teus followers e following.
       É, companheiro twitter, apesar de sentir falta de tua operacionalidade na minha vida, não me vejo preso a você..
       Digo a você companheiro twitter que voltarei sempre q puder, mas sem as amarras que me prendiam no começo dessa relação..
     E diga aos outros companheiros que não falo da boca pra fora. Mas que também não significa desrespeito. É só um diálogo maduro entre nós..

terça-feira, 12 de julho de 2011

Encontro com a Palavra

Tenório Telles lança o livro 'Viver'


A Editora Valer e a Livraria Saraiva MegaStore realizam no próximo dia 13 de julho mais um Encontro com a Palavra. Na ocasião será lançado o livro Viver, do escritor Tenório Telles, que conversará com o público presente sobre o conteúdo de seu livro. O evento acontecerá às 19h na Livraria Saraiva MegaStore do Manauara Shopping, situada na Av. Mário Ypiranga Monteiro (antiga Recife), 1300 – Adrianópolis.
Escrever, como muitos pensam, não é fácil. Mais difícil, porém, é escrever e passar sua mensagem com humildade, graça, leveza, equilíbrio, espírito e coração. As palavras estão todas em geral em estado de dicionário, como um dia compôs o grande Carlos Drummond de Andrade, bastando talento para organizá-las de modo que as deixem harmonicamente vivas e penetrantes. Desses pouquíssimos e verdadeiros talentos, insere-se o escritor e educador Tenório Telles, sinônimo de amor às palavras e aos livros, homem de letras e conhecedor dos caminhos para o bem viver. Sábio, ensina-nos: “[Viver] É crer que o mundo tem jeito – e fazer-se um operário da mudança e da construção de uma sociedade onde cada ser humano será considerado e respeitado não pelo poder ou pelo dinheiro, mas pelo exemplo e pela grandeza do seu coração”.
Viver, o mais recente fruto de Tenório Telles é um livro especial. Trata-se de coletânea de escritos desse verdadeiro poeta do verbo precioso e límpido. São crônicas plenas de humanidade e esperança de um mundo mais justo. Humanista por natureza, Tenório tece frases como: “Foste abandonado [cachorrinho], a exemplo do que ocorre com tantos outros bichos e seres humanos. Vivias na condição de tantas crianças que habitam as ruas deste país”. Espirituoso, esse escritor compartilha sua sabedoria e sensibilidade com os leitores, produz textos, levando a induções acerca de sua visão do mundo e dos homens, seus pontos de vista claros e decentes, suas críticas ferrenhas e sensatas ao que ocorre em sua cidade, seu Estado e seu país.

Sobre o autor

Tenório Telles é licenciado em Letras com habilitação em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Amazonas, onde também bacharelou-se em Direito. Seu livro de estreia e de produção independente, Primeiros fragmentos, de 1988. É como pesquisador incansável e crítico literário que, ao longo dos anos, produziu trabalhos sobre literatura brasileira e regional. Em 1995, publicou Estudos de literatura brasileira e amazonense (crítica literária) e, no ano de 1996, o livro de ensaios Leituras Críticas. Todo esse aprofundamento na literatura contribuiu para a realização de seu mais antigo projeto: o CD-ROM Amazonas em sua literatura, lançado em 1996, no qual faz um importante estudo sobre os poetas e prosadores do Amazonas. Publicou também em parceria com Marcos Frederico as obras Poesia e Poetas do Amazonas e Antologia do Conto do Amazonas. É atualmente vice-presidente da Academia Amazonense de Letras. Descobridor de inúmeros talentos literários, Tenório lançou centenas de novos autores, fora os já conhecidos e consagrados deste planeta líquido e verde. Intelectual notável, que se afirmou unicamente por seus méritos excepcionais e não por bajulação que se obtém sem dificuldade – ou por dinheiro.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

SEXTA FILOSÓFICA

“Ciclo de Palestras: Filosofia e Mitologia”

A ACNA-Manaus (Associação Cultural Nova Acrópole de Manaus) realiza em parceria com a Livraria Valer o projeto SEXTA FILOSÓFICA, com o ciclo de palestras: Filosofia e Mitologia, composto de três conferências ministradas pela professora Kelly Aguiar, sempre às 19h, no Espaço Cultural da Livraria Valer (Av. Ramos Ferreira, 1195 – Centro). A participação é gratuita e aberta ao público em geral.

A SEXTA FILOSÓFICA consiste em uma palestra expositiva de uma hora de duração, seguida de 30 minutos para discussão. As palestras aproximam o público de ideias atemporais, que em muito contribuem para o desenvolvimento pessoal.

  Palestras do ciclo Filosofia e Mitologia:

·         “Os doze trabalhos de Hércules e o Mito do Heroi” (01/07)
·         “O Rei Arthur e o Mito da Eterna Procura” (05/08)
·         “O Anel dos Nibelungos e o Mito do Poder” (02/09)

O encontro da Mitologia que encerra realidades profundas e de valor para o ser humano e da filosofia, a qual nos permite ver o que há por trás das coisas – um enfoque perfeito para extrair dos mitos tudo que podem nos ensinar – é a proposta deste ciclo. A mitologia sempre fez parte dos estudos dos filósofos de todos os tempos, é o exercício por excelência para o desenvolvimento da inteligência, uma vez que os mitos falam ao discernimento (inteligere) e não à razão.
Em julho, Os doze trabalhos de Hércules e o Mito do Heroi  mostra o valor formativo das provas, oportunidades de aprendizado que na história se apresentam por 12 provas a serem vencidas pelo heroi. Em agosto, “O Rei Arthur e o Mito da Eterna Procura” conta-nos sobre um grupo de cavaleiros que devolvem a paz a um reino quando encontram o graal, um cálice sagrado - a história fala do homem que encontra a si mesmo e traz conhecimentos  valorosos sobre como podemos fazer esta mesma façanha. Por fim, “O Anel dos Nibelungos e o Mito do Poder” aborda a história do heroi Sigfrid, o qual tinha a missão de guardar um poderoso anel que tinha a propriedade de possuir aqueles que o possuiam - a história que inspirou O Senhor dos Aneis ensina sobre como ter as coisas sem ser tido por elas.
Palestrante: Kelly Aguiar diretora de Nova Acrópole em Manaus, ministra aulas de filosofia e cursos voltados para o desenvolvimento humano em várias capitais e em Nova Acrópole – uma organização internacional não lucrativa, que há 53 anos  promove uma cultura ativa, que desperta as capacidades do homem e promove  o resgate de valores atemporais, através da filosofia.
  A Nova Acrópole harmoniza princípios de união e colaboração para além de todas as diferenças culturais, sociais ou religiosas. Seus membros e simpatizantes participam ativamente na vida social, docente e profissional das distintas comunidades, por intermédio do voluntariado de seus integrantes.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

"A cidade perdida dos meninos-peixes", mais uma obra de Zé Maria Pinto

       Depois de meses, um suspiro, um tempo vago, mente limpa e despreocupada. É assim que reabro as postagem neste blog, que para minha surpresa já está com mais de oito mil acessos, mesmo sem movimentá-lo por mais de três meses. A nova postagem é mais um convite aos amantes da nossa literatura regional. É para o lançamento do livro "A cidade perdida dos meninos-peixes".


Segue o release:

A Editora Valer e a Livraria Saraiva MegaStore realizam no próximo dia 18 de junho mais um Encontro com a Palavra. Na ocasião será lançado o livro A cidade perdida dos meninos-peixes, do escritor Zemaria Pinto, que conversará com o público presente sobre o conteúdo de seu livro. O evento acontecerá às 16h na Livraria Saraiva MegaStore do Manauara Shopping, situada na Av. Mário Ypiranga Monteiro (antiga Recife), 1300 – Adrianópolis.

Antes do homem, o macaco. Antes do macaco, o peixe. Antes da terra, a água. Se nos fosse permitido viajar ao passado, essa seria a sequência que observaríamos: um planeta coberto de água, com uma vida totalmente submersa. Mas isso aconteceu há bilhões de anos. O planeta transformou-se e, apesar de ser coberto ainda, em sua maior parte, por água, chama-se Terra. A explicação é muito simples: é na terra que vive a humana gente, que, afinal, manda e desmanda no planeta.
Em seu décimo livro, A Cidade perdida dos meninos-peixes, Zemaria Pinto expõe de forma reflexiva a narrativa da lenda do povo-água que por sua vez era possuidora da lenda do povo-terra com “atualizações” do mundo moderno. Dessa forma o autor faz uma crítica da realidade contemporânea, ao apresentar a crise do mundo em seus aspectos ambientais e sociais. Em uma passagem da obra, Zemaria apresenta o cenário em que desenrola a narrativa.
Mas essa não é uma regra absoluta. Na imensidão do mar-oceano ou nas profundezas dos grandes rios existem vestígios de antigas civilizações que não migraram para a terra, mas cumpriram ali todos os estágios da evolução. São cidades inteiras que se desenvolveram sob as águas, dando motivos para muitas histórias, que, de tão repetidas e transformadas, tornaram-se lendas. No Amazonas, por exemplo, a Iara é uma dessas lendas: uma bela moça, que em noites de luar emerge para encantar os pescadores, levando-os para seu reino, no fundo dos rios. O boto conquistador é um rapaz que freqüenta as festas no interior e, após seduzir as mocinhas ingênuas, desaparece nas águas escuras dos rios amazônicos. Essas lendas fundamentam-se em casos que são passados segundo uma tradição oral, que se renova sempre e sempre.

Sobre o autor
Ensaísta, dramaturgo e poeta, Zemaria Pinto é professor de Teoria da Literatura e de Literatura Brasileira. Além de inúmeras palestras sobre literatura, tem ministrado oficinas e cursos, com destaque para a poesia. Tem dez livros publicados: três de poemas (Fragmentos de silêncio – 1995, Música para surdos – 2001), um de haicais (Dabacuri – 2004); uma peça de teatro (Nós, Medéia – 2003), dois de ensaios para o vestibular (em 2000 e 2001, em parceria com o professor Marcos Frederico Krüger), organização de poemas de Octávio Sarmento (A Uiara & outros poemas – 2007) e um de teoria literária (O texto nu – 2009), além do recém-lançado ensaio O conto no Amazonas – 2011. Próximos lançamentos: O beija-flor e o gavião (juvenil), Viagens na casa do meu avô (infantil), Ensaios ligeiros (artigos), Drops de pimenta (contos), Lira da madrugada (ensaio). Peças de teatro: Papai cumpriu sua missão, Diante da justiça e O beija-flor e o gavião (encenadas); Nós, Medéia, A cidade perdida dos meninos-peixes (versão para o palco), Otelo solo e Cenas da vida banal (inéditas). Membro da Academia Amazonense de Letras, Zemaria Pinto mantém os blogs: O Fingidor (http://ofingidor2008.blogspot.com), Poesia na Alcova (http://poesianaalcova.blogspot.com) e Palavra do Fingidor (http://palavradofingidor.blogspot.com), divulgando a literatura produzida no Amazonas.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Poesia. Mas, quem gosta de poesia?

Castro Alvez, poeta brasileiro
Dia 14 de março. Poucos brasileiros sabem que nessa data é comemorado o Dia Nacional da Poesia, uma homenagem ao poeta de 'Navios Negreiros', Castro Alves. Em Manaus, graças a Deus, haverá alguma movimentação, algum sarau de libertação. Mas, quem gosta de poesia? Geralmente os que as escrevem, os poetas que as criam no seu mundo particular e alguns poucos simpatizantes dessa arte.
     Mas, o que seria do mundo de todos nós sem as epopéias épicas de Homero (Odisséia e Íliada) e de Vírgilio (Eneida), sem os sonetos de Camões, sem a poesia lírica saudosista de Fernando Pessoa, sem o romantismo barroco de Pablo Neruda? O que seria também do nosso mundo brasileiro sem movimentos (só para citar alguns) como o Romantismo, Barroco, Arcadismo, Naturalismo e Modernismo?
     Seríamos quem sabe a nação mais atrasada no campo do conhecimento. E não estamos longe dessa afirmativa. Apesar da economia pujante, como brasileiro, me entristeço ao saber que ainda somos a nação com pior desempenho em leitura, embora tenhamos grandes quadros literários, e porque não dizer da indústria literária cada vez mais feliz nas produções.
     Pesquisa realizada em 2010 apontou o Brasil como 53º país na lista em desempenho de leitura. No entanto, penso que dados como esses dizem muito pouco. Até porque nunca perguntaram quantos livros, eu e os meus amigos mais próximos, costumamos ler durante o ano. Em 2010, pelo menos eu li seis. Pouco, penso, mas os li. Contudo, do pouco que dizem as pesquisas, para uma coisa é importante acordar: a necessidade de incentivo a leitura.
     Na antiguidade, a leitura, como bem contou o filme ‘O nome da Rosa’, do crítico literário italiano Umberto Eco, era o bem mais precioso. No contexto, o livro proibido era do filósofo Aristóteles.  Proibida para todos os homens, a leitura daquela obra significava a libertação de correntes da igreja que pregava a centralização do poder. A igreja não queria ser questionada, da mesma forma que os ditadores da nossa história e os da atualidade brasileira e internacional não querem.
     Mas estamos falando de poesia. Uma arte que liberta e diz a todos Carpe Diem. Agora imagine como e o que seríamos sem a poesia de Casimiro de Abreu, Augusto dos Anjos, Castro Alves, Manuel Bandeira, Carlos Drummond, Mário Quintana, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Cora Coralina, Jorge Tufic, Luiz Bacellar e Thiago de Mello (mais uma vez só para citar alguns)?
     É difícil de imaginar, até porque muito do que aprendemos nos chegaram de forma transversal. Assim, sem querer querendo. E, no mundo de hoje, essa arte parece cada vez mais distante das salas de aula, das praças e do encontro de amigos, como ocorria em Manaus, debaixo de um Mulateiro, na década de 50, com o Clube da Madrugada.
     O resgate é necessário sob pena de termos que colher uma sociedade cada vez mais individualista, de cada vez menos leitores dos livros e do mundo.
     Um bom exemplo de como fazer esse resgate começa a ser estruturado por uma nova geração de poetas amazonenses. Jovens que compõem grupos como: a Sociedade Cultural da Marmota, o Clube Literário do Amazonas e o Grupo Metamorphose. Gente que há algum tempo vem trabalhando para levar a poesia para os outros, produzindo poesia e promovendo encontros para apresentá-los aos demais.
     Na próxima segunda-feira (14.03.2011), Dia Nacional da Poesia, essa nova geração de poetas amazonenses se encontrará com poetas já consagrados, num sarau para mais de 500 estudantes das escolas municipais das Zonas Norte e Leste de Manaus. O encontro será realizado, às 14h, patrocinado pela Prefeitura de Manaus, no anfiteatro do Jardim Botânico Adolpho Ducke, bairro Cidade de Deus, Zona Norte.
     Coordenador do evento, o diretor executivo da Secretaria Municipal de Juventude (Semje), Ivan Brito, disse que poetas como Thiago de Mello, Celdo Braga e Tenório Telles, por exemplo, dividirão palco com novos escritores da Sociedade Cultural da Marmota, Clube Literário do Amazonas e Grupo Metaphora.
     O coordenador do Clam, professor e poeta Nelson Castro, disse que o encontro é o primeiro de muitos de 2011 que buscarão promover a educação por meio da arte. Segundo ele, os novos poetas que estão organizando o encontro já vêm de algum tempo estudando e se formando para apresentar um bom trabalho para a sociedade, e com isso incentivar a leitura e surgimento de novos escritores.
     Como membro da Sociedade Cultural da Marmota, digo que a leitura como libertação pode e deve ser encarada como política pública de Estado, mas, é claro, dentro de uma fórmula pedagógica que não a coloque como obrigação. Até porque a poesia como arte e o poema como obra devem ser a introdução de homens e mulheres à leitura do próprio mundo.

Por Emerson Quaresma


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Vou abrir minha igreja e já volto!!! (Folha de São Paulo)

       Quando criei o Blog do Quaresma, tinha ideia de uma linha editorial com publicações somente de minha autoria (Emerson Quaresma). Textos jornalísticos, opinativos e literários sobre Política, Literatura e Sociedade. Contudo, percebo que há produções de relevância extrema para a sociedade e que por isso, pelo dever cívico, devem ser difundidas mais e mais. Precisam tornar de conhecimento amplo do público pelo absurdo tamanho que é num País como o nosso, que vergonhosamente só aprende com os erros que comete.
     Situações as quais necessitam ser ajustadas por quem tem competência para tanto, ou até mesmo pela pressão popular. Caso contrário, nós brasileiros, continuaremos vivendo num mundo como vítimas, sem saber que somos vitímas de algo que não conhecemos e suas finalidades, até mesmo no campo da fé.
     O texto que segue a baixo recebi por e-mail. Ele é de autoria de jornalistas da Folha de São Paulo que se apresentam nas primeiras linhas. Os autores se propuseram a viver uma situação e agora mostram o que o homem é capaz de fazer com o desespero das outras pessoas. E o pior é que encontram facilidades incríveis nos meios públicos. Permissões vergonhosas que um trabalhador de bem não consegue na nossa burocracia mundana para melhorar de vida, de forma honesta...

Segue o texto...

       Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja.
       Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian Advogados, fizemo-lo. Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos). É tudo muito simples.
       Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis.
       Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangélio e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de bens colocados em nome da igreja.
       Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial.



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