Quando cheguei aos 27, lembro que dentro de mim
perturbava uma necessidade de me repensar, rever o que da vida já tinha feito,
o que havia construído até aquele instante. Tudo era questão de segundos,
milésimos. A vida era curta e não havia mais tempo a perder. No auge da crise
existencial, o resumo do filme que passou pela vista mostrava com a síndrome da
afobação que muitas coisas eu tinha deixado por fazer. “Porra, mas que merda eu
fiz até aqui?”. Aos 28, uma breve reanalise sobre tudo com menor intensidade me
deixou mais tranquilo. Aos 29, no meu retorno de saturno, o sentimento já era
outro: mais maduro, coerente, sem a afobação típica de três anos trás; fruto de
toda vivência brevemente enumerada e das reflexões particulares que me fizeram
crer que tudo são matérias e horas complementares dessa formação do dia-a-dia
que é a vida de cada um. Perto dos 30, ainda me sinto disponível para caminhar
com ousadia, mas é claro, com mais prudência dado as responsabilidades que
cercam hoje um pai, um marido, um filho, um profissional. O que me resta agora?
Penso que não resta, acredito tudo não são reticências. Continuar a caminhada,
mantendo o ritmo da juventude – correndo às vezes – é necessário.
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