Milagre

"Olhar a orquídea é ter tempo para a vida, e reconhecer nela o milagre que nos permite caminhar todos os dias", Quaresma..

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A nós jornalistas, diariamente agredidos, mas que não desistimos da profissão

Bom Dia aos amigos JORNALISTAS que sofrem diariamente com os OSSOS DO OFICIO. Um profissional que tem que encarar o sol, a chuva, um mormaço medonho, sempre que solicitado pela pauta do chefe. Uma turma que tem que encarar os riscos das matérias nas invasões de terras, das mudanças do clima, os das rondas policiais, e aquelas pautas do enfrentamento com políticos donos das verdades (deles), ignorantes, arrogantes, pedantes e mal educados.
       Falo isso depois de ler a matéria do colega de profissão Antônio Paulo (da sucursal de A Crítica em Brasília) sobre o relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), de 2010, sobre a VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS. As agressões físicas e verbais encabeçam o ranking brasileiro. No Amazonas não há, segundo o relatório, registro de nenhuma agressão sofrida pelos profissionais da imprensa amazonense. O que não quer dizer que não tenha ocorrido.
       Me entristece muito saber desse resultado, e que pouco é feito para evitar os danos físicos e psicológicos a nós jornalistas. Volto ao ano 2006, quando estava no front de batalha (a analogia de guerra é usada, até porque havia uma guerra fria entre a instituição pública maior do Estado, contra a iniciativa privada). Lembro que eu, ainda ganhando experiência na carreira, fui várias vezes agredido por políticos que estavam nos seus cargos de 'deuses', e que hoje estão resumidos a arcanjos, quase anjos rebelados.
       Por várias vezes fui questionado, depois de algumas perguntas minhas, sobre de onde eu era, para quem trabalhava. E ainda assistia o meu crachá subir até próximo aos olhos do agressor, levado pelos suas próprias mãos, nada amigas. Fato que depois se repetiu com os colegas Leandro Prazeres e Yusseff Abrahim. Nada como na época do regime militar. Mas, próximo, muito próximo dele aquele tipo de atitude invasiva.
       Outros tantos fatos de agressões a jornalistas no exercício da profissão não devem cair no esquecimento, como o que foi lembrado pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, César Wanderley, na mesma matéria de A Crítica, de hoje, quando a colega Vanessa Brito sofreu tentativa de intimidação do ex-presidente do extinto Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT). Outro que não esqueço, foi o ocorrido com a repórter fotográfica Maíra Coelho, que levou um chute de um empresário da aviação local, quando esse era conduzido algemado pela Polícia Federal por corrupção.
       Essas foram apenas algumas situações que ganharam um tanto de holofote entre nós, colegas de profissão, fora as que ocorrem diariamente, mas ficam guardadas na vida de grandes jornalistas como Joana Queiroz, nas suas rondas policiais e nos grandes casos já reportados por ela e por outros jornalistas desse tipo de caderno. Outra situação, que não podemos deixar de lembrar é com relação aos colegas repórteres fotográficos, que no exercício da profissão quase perdem seus equipamentos, tem suas lentes manchadas pelo bafo dos inescrupulosos, ou são intimidados (principalmente por agentes da segurança pública, fortemente armados) a apagarem alguns flagrantes de interesse social dos seus cartões de memórias.
       O papel de jornal desgasta, se desfaz; as imagens filmadas e as fotografadas um dia perdem a qualidade; os textos são arquivados e assim como as imagens são sucumbidas por outras tantas que são produzidas diariamente por nós. Mas, como jornalista, que quis exercer a profissão já adolescente (depois de desistir do sonho da carreira militar), penso que o que não podemos deixar desgastar é o nosso papel perante a sociedade. Aquele que sonhamos ao entrar na faculdade e esquecemos quando começam as aulas maçantes de sociologia, filosofia, ética, estatística; e mais ainda quando conhecemos o mercado por dentro: o de buscar a verdade (nem sempre absoluta) e difundir a melhor informação.

Um comentário:

  1. Embora professor de Hermenêutica e Redação e Linguagem na Faculdade de Direito da UFAM, neste período estou lecionando Ética e Legislação Jornalística, para o curso de Jornalismo. É muito estranha esta estatística da FENAJ. Alguém do Amazonas informou errado. Que merda!

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