A
ONZE DIAS DO MEU RETORNO DE SATURNO, já sinto a serenidade da nova fase da
minha vida. Um amadurecimento mais consciente dos passos que dou diariamente
sobre a realidade que vivo.
Desde a adolescência correndo demais contra o tempo
chegou o período de respirar com mais tranquilidade, mas é claro, sem fugir da
batalha que continuará sendo trava com olhar mais clínico, sempre na busca pela
precisão cirúrgica.
Aos que ainda por aqui não passaram o recado é para que
vivam intensamente seus dias na perseguição descontrolada, às vezes, pelo sonho
que se sonha só e também pelo que se sonha junto.
Sem essa de medo das
responsabilidades, até porque após essa fase elas serão rocha. Sem a
convivência com elas, tudo é demais monótono. Com elas, o sabor dos resultados
positivos, e porque não falar dos negativos também, é mais suculento,
inspirador.
Quando alcançar esse retorno passará por caminhos já percorridos e
neles poderá tomar decisões mais inteligentes. Cuidado apenas com as
inconsequentes, uma vez que suas consequências serão mais duras.
Os adultos que
você via como adultos (porque há muitos deles que não conseguiram entender isso de amadurecimento até hoje) o reconhecerão e o respeitarão como um deles, como na música de Chico
da Silva: “Ser chamado de senhor por um senhor... é sonhado (Sonhos de menino)”.
E então verás que superou sua adolescência.
Mas, digo também que o melhor dessa
nova fase é mais que vivê-la, é não esquecer de que no peito carregamos um
coração de menino sem medo, com medo talvez, sobretudo com vigilância.
Certo é
que o que digo agora neste post é tudo fruto de um sentimento mais adulto, de
quem olha um pouco para o passado. E nessas lembranças percebe o quanto
caminhou, o quanto errou, o quanto acertou e o quanto tem ainda a aprender com
a vida.
Nessa minha espera particular por esse retorno de saturno, que chegará
num setembro de muito sol, tenho muito a agradecer aos amigos de infância, da
rua e do círculo escolar; à família que me criou e a que tenho hoje para criar;
e as pessoas que passaram por essa roda viva cujas lembranças são mínimas, mas
existem, uma vez que deixaram seus traços nas páginas pelas quais escrevo a
minha história. A sensação é de serenidade.