Milagre

"Olhar a orquídea é ter tempo para a vida, e reconhecer nela o milagre que nos permite caminhar todos os dias", Quaresma..

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Guerra fria na pré-campanha começa a esquentar

A pouco mais de 30 dias da abertura das porteiras para campanha das eleições gerais de outubro, a guerra fria entre os principais candidatos começou a baixar o nível, antes mesmo de iniciarem os programas gratuitos na TV e no rádio. O senador Alfredo Nascimento (PR), que vinha vendendo aos quatro ventos que é o candidato do presidente Lula, e esquece que milhares de cidadãos ainda têm noção do solo em que pisam, começou a perceber fissuras nas paredes de concreto do seu plano de vencer a disputa sem disputa.

Por isso, Alfredo que foi eleito senador em 2006, usou a tribuna do Senado pela primeira apenas esse ano, no mês de maio, somente para dizer que o Amazonas está abandonado e que a saúde pública de Manaus é o verdadeiro caos (como se ninguém soubesse disso). Como nunca tinha feito antes, enquanto ministro dos Transportes, passou a procurar os holofotes para atacar sob nuvens de fumaça seu principal adversário, o governador Omar Aziz (PMN).

Como Alfredo, o ex-prefeito Serafim Corrêa (PSB), seu candidato a vice-governador, também não mede esforços para criticar a administração do adversário, e como bom economista, vem contabilizando problemas, principalmente no interior, até porque, ao falar de Manaus correrá o risco de atirar no próprio pé.

A campanha pré-eleitoral parecia diplomática até os 15 minutos do primeiro tempo, quando o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), se sentiu contrariado com a decisão do ex-ministro dos Transportes de anunciar como seu vice Serafim Corrêa, desafeto de primeira linha do Negão. Aquele que o derrotou em 2004, levando na mão uma conta de IPTU atrasada.

Além de Amazonino, a decisão unilateral do senador Alfredo irritou também membros do PT, que tinham a promessa dele de fazer essa escolha somente depois do PT de Lula decidir com quem caminharia no Amazonas. E não o fez. Passou a perna do PT mais uma vez, como o fez em outras eleições, quando a legenda dos trabalhadores tentou alçar vôos majoritários.

A “força” que Alfredo ganharia com o Sarafa, na capital, deverá o enfraquecer no interior com o desligamento de Amazonino da sua chapa. O Negão ainda tem muita simpatia com os irmãos do interior por conta da sua política assistencialista de distribuição de moto-serra. O inferno astral do ex-ministro se agravou depois que o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) voltou das férias, disposto a transferir seus 90% de preferência eleitoral para Omar Aziz.

Custa ainda ao senador Alfredo perceber que a “soma” de votos na capital com Serafim pode causar subtração, já que muitos eleitores do ex-prefeito não engolem o protagonista (ou antagonista) do Expresso e do “social levado a sério” que, em dois mandatos, “trocou o cimento pelo sentimento”.

Sobre esse último sentimento, não falo da boca pra fora. Foi uma lástima expressada na blogesfera por cidadãos que acreditavam na candidatura do Serafim como alternativa às outras postas até o momento.

O comportamento do senador nos últimos dias nos revela um tom de desespero no homem que acreditava bastar dizer para o povo que é o candidato do presidente Lula, e desta forma homologar uma candidatura, como num toque de mágica.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Transparência sob o silêncio da sociedade


 Já faz algum tempo da minha inútil existência de profissional da comunicação social, que ouço de presidentes da Câmara Municipal de Manaus (CMM) a palavra Transparência. Com o advento da internet, a prestação de contas do dinheiro público, em tempo real, torna-se cada vez mais possível. Mas, como eu disse, antes do vereador Luiz Alberto Carijó (PTB), o ex-presidente do Legislativo Municipal, vereador Leonel Feitoza (PSDB), já falava em Transparência dos atos e das contas, mas nunca encontrou, ou nunca procurou de verdade a fórmula para tornar isso realidade.

A Transparência para os homens públicos brasileiros parece ser algo muito difícil. E isso nos leva a subentender que “há algo de podre no reino da Dinamarca”, e que por isso, o nosso “Porto de Lenha nunca será Liverpool”. Essa cruel realidade é reforçada cada vez mais para o bem de alguns poucos, principalmente por conta do olhar desatendo da sociedade, responsável pelo credenciamento a cada quatro anos dos representantes no Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais.

Personagem emblemático da história legislativa amazonense, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), deputado Belarmino Lins (PMDB), chegou a dizer em entrevista concedia para mim que a Transparência do Poder estava na publicação dos atos no Diário Oficial do Estado (DOE). Depois de comer muito abiu, e silenciar para as almas nas segundas-feiras, Belão, como é chamado pelos colegas, avançou pouco, mas avançou com a prestação de contas no site da instituição.

Uma coisa é certa. Falta clareza sobre como e em que é usado o farto dinheiro público que é destinado aos legislativos por meio dos orçamentos dos poderes executivos. Mas, não somente as Casas de Leis. É preciso também Transparência nos Executivos. A Presidência da República conseguiu, ainda que de forma duvidosa, atender a determinação da Controladoria Geral da União (CGU).

Em Manaus, essa prática aconteceu com Serafim Corrêa (PSB), no que pese a prestação de contas, ainda que numa administração de ações desastrosas, na qual faltou qualidade nos investimentos. Com Amazonino Mendes (PTB), com seu pavor a tecnologia devido a um desastroso debate eleitoral numa TV local, simplesmente deu um basta na tentativa de Transparência do seu antecessor. A vantagem do Estado sobre a Prefeitura de Manaus é que esse conceito nunca ecoou, e por isso mesmo ficou.

Resta agora esperar pulso firme da CGU, na cobrança do cumprimento da Lei da Transparência (Lei Complementar No 131/2009), que prevê a divulgação em tempo real dos gastos por meio da Internet, pela União, os estados e os municípios com mais de 100 mil habitantes. E com muita fé, creio que o presidente da CMM conseguirá efetivar o que prometeu, e que alguma alma tocará no coração do Belão para deixar mais claro os gastos da ALE.

Infelizmente, vamos esperar que isso tudo aconteça sob o silêncio da sociedade, constituída por pessoas cada vez mais conformadas com a falta do enfretamento dos poderes constituídos (leia-se TJ, STJ, STF) contra os tirocínios da corrupção.

Por Emerson Quaresma
Colaborou: Roberto Souza, cientista politico

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Politicagem

Posta a verdade à mesa
Há ainda muito em alcovas
Turbilhão de enganos
Escárnios santos da maldade
Da estação errada e atrevida

Minha amiga multifacetada
No seu íntimo pântano trapaceiro
Se permite à boca do homem
Mas, não num livro ordeiro
Muito menos às folhas da eternidade.

Ela escapa do poço escuro de lama
Meticuloso e maquiavélico
E perde-se na sonoridade
Vã, vasta, vil, vultosa, vaga
Para sair omitidamente mentirosa.

E das suas tribunas de direito
Ecoa como verdade.

Por Emerson Quaresma


PS: Um poema sobre um sentimento político da minha adolescência, mas que ainda revela a realidade das tribunas e tribunais.

História e cultura afro-brasileira na sala de aula

O Brasil demorou muito para pedir desculpas a comunidade negra por conta de uma história que desmoraliza qualquer nação. Mas, somente pegar os holofotes para se desculpar não resolve uma dívida histórica do País, que chegou aonde chegou, graças a desgraça de muitos irmãos negros, migrantes europeus e nossos indígenas (dizimados pela arrogância do colonizador).

Os passos de reconhecimento da cultura afro-brasileira foram dados nesse mesmo governo que já pediu perdão pelos erros do nosso passado. Mas, esse mesmo governo precisa adotar de uma vez por todas, essa consciência de nação de diversidade desde a sala de aula. Dispositivos já existem para uma educação transversal, por meio da qual os nossos educadores podem ensinar além das vírgulas, o hiato que se tem nos livros sobre a real história e cultura dos africanos.

Aos amigos internautas informo que a importância da história e da cultura africana e afro-brasileira na sala de aula será debatida amanhã, a partir das 8h, no 1º Seminário Personalidades Negras do Estado do Amazonas. O encontro será realizado no auditório da Semed, localizado na rua Desembargador Mário Ypiranga Monteiro, 2549, na Vila Amazonas, bairro Nossa Senhora das Graças, em frente ao Detran-AM.

A representante do Ministério da Educação e Cultura (MEC), professora Joana Carmen, ativista social do movimento negro de Belém (PA), ministrará a palestra sobre a alteração sobre a Lei N 10.639/2003, sancionada pelo presidente da República, que torna obrigatória, nos ensinos fundamental e médio, aulas sobre História e Cultura Afro-Brasileira, a serem ministradas em todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística, Literatura e Historia do Brasil.

Às 16h serão entregues o Prêmio Personalidade Negra do Estado do Amazonas as pessoas que contribuíram com a causa afro-brasileira. O prêmio lembra personalidades negras do Amazonas como Nestor Nascimento, Mãe Zumira, Mãe Emilia.

Por Emerson Quaresma

O poema

Manaus, 22 de novembro de 2005

O poema é o meu carma
(se é que isso cá existe).
Nas letras trabalho meu dia
Com flores metaforicamente
E com as rimas tenho a calma –
Calmaria para o dia-a-dia –
E me inspiro em margaridas
Rosas rubras e flores da alma
Que escorrem no branco papel
Suas pétalas em cachoeiras frias

No entanto a caminhada é dura
E larga fere os meus pés livres.
Carrego nos ombros montanhas
Ou o mundo que cai sobres às costas.
Assim a métrica perde a linha
Desalinha, alinha, embola...
Mas as linhas tortas não me afogam
Nesse doce riacho das palavras.
Seu banzeiro é minha poesia
Meu poema tem a força da pororoca.

Fecundação, parto e concepção do blog

Primeiro veio a febre, depois a ficha caiu. Percebi a importância da ferramenta a partir da interação com as redes sociais que mantém as pessoas cada vez mais conectadas ao mundo virtual em busca de informação interativa.

Um mundo onde o editor das notícias são os próprios amigos, following, followers e outras nomenclaturas existentes nas mais diversas redes de relacionamento e microblogs.
Uma galáxia onde as comunicações intrapessoais e interpessoais se confundem com a vida real do caloroso aperto de mão, cada vez mais desnecessário por conta das fibras óticas, wi-fi, wireless, rádio e satélites.

Mas, antes da febre veio num Quaresma ainda adolescente o sentimento de transformação social por meio da comunicação: o jornalismo em especial pela capacidade de informar uma massa social promovendo transformação e formando opiniões.

Com a faculdade veio a decepção. Nem tanto. Mais especificamente sobre os conceitos de esperança sobre as tropas que sentavam naquelas cadeiras em busca apenas de um certificado. Havia poucos, quase nada, para abraçar a causa, seja ela qual fosse.

Mas a resistência seguiu e a formação ocorria na sala de aula, e com maior intensidade na vida: família, amigos, amigos mesmo, trabalho e mais trabalho. Muito trabalho até uma ponta de independência, conquistada com suor e dignidade.

Nessa construção da bagagem pessoal veio o processo de fecundação das ideias. Muitas vontades e sonhos, até certo dia ter tido a oportunidade de cnversar com Marcelo Branco, coordenador da campanha em mídias eletrônicas de Dilma Rousseff, reforçada com minha esposa.

Pronto, fiquei determinado em criar um blog democrático e formador de opinião. Como boas inspirações, posso citar amigos virtuais como Blog do Bentes, Rodrigo Não Senhor, Sérgio Freire, e porque não falar do Malfazejo, do companheiro Ismael Benigno Neto. Blogs independentes como pretendo manter e alimentar o http://www.emersonquaresma.blogspot.com/.

Acho que o resto é questão de layout e com tempo, depois de dias com a barriga pra cima, muito choro pra mamar, já posso dizer que começo a engatinhar, e espero contar com a parceria dos blogueiros barés e da blogesfera nacional para continuar nessa navegação. Agora não dá mais pra voltar.

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